Conclusões
Com o “Projecto Dáfnia”, em que testamos estimulantes, calmantes e ambos combinados com o álcool em Dáfnias, conseguimos alcançar os objectivos definidos desde o inicio: confirmar se os efeitos dos calmantes e estimulantes são realmente os previstos; inferir acerca dos efeitos dos medicamentos em questão e da cafeína quando administrados com álcool; divulgar e alertar a comunidade escolar e a sociedade em geral acerca dos efeitos destas drogas e das mesmas quando consumidas com álcool.
Como seria previsto, os resultados dos ensaios estão de acordo com os resultados que se espera quando são consumidas essas substâncias. Ora, fazendo os ensaios com o Lexotan, um calmante, o número de batimentos cardíacos é significativamente menor em relação ao número de batimentos cardíacos numa Dáfnia que não esteja sobre o efeito de qualquer substância. Daqui podemos inferir que o efeito no ser humano é idêntico, ou seja, o Lexotan tem realmente uma função calmante, diminuindo o ritmo cardíaco.
Mito será dizer que o álcool é um estimulante. Ao realizar-se os testes com álcool 12% obtiveram-se valores do ritmo cardíaco idênticos ao do calmante, portanto o álcool tem um poder calmante que maior parte das pessoas não se apercebe, pensando até que o álcool aumenta o número de batimentos cardíacos por minuto. Por outro lado, a sociedade sabe realmente acerca dos efeitos da cafeína, servindo-se muitas vezes desta substância no seu quotidiano. De facto, a cafeína a 30% tem um poder estimulante incrível, aumentando o número de batimentos cardíacos por minuto.
Estudou-se, também, um fármaco com função estimulante, o Lanoxin. Esperava-se um aumento do ritmo cardíaco, como está previsto para esse medicamento, e realmente foi o que se verificou. Os resultados deste estimulante foram ainda mais surpreendentes do que os da cafeína, aumentando o número de batimentos cardíacos por minuto para mais do triplo do valor normal. Claro que estes valores podem ter a ver com a concentração da solução de Lanoxin ser superior à da cafeína.
Já todas as pessoas que ingeriram medicamentos ouviram ou leram no folheto informativo que não devem ser administrados com álcool, ora isto tem uma razão de ser que muitos desconhecem e que alguns desconfiam. Os estimulantes e calmantes em estudo foram combinados com o álcool a 12% e administrados nas Dáfnias. A mistura do calmante, o Lexotan, com o álcool a 12% aumentara os batimentos cardíacos por minuto. Sendo o Lexotan um calmante, como provado em testes anteriores administrando o calmante isolado, comprova-se que o efeito deste fármaco é completamente alterado quando combinado com o álcool. O mesmo acontecera para as outras substâncias: a cafeína que tem um poder estimulante aumentara na mesma os batimentos cardíacos por minuto em relação aos valores normais, mas o álcool diminui a força deste estimulante, ou seja, quando comparado com os valores obtidos em ensaios onde fora administrada apenas a cafeína, estes são inferiores; o Lanoxin, estimulante tal como a cafeína, mas muito mais afectado pelo álcool, diminui drasticamente o ritmo cardíaco quando combinado com o álcool a 12%, sendo ainda valores muito abaixo dos valores normais do ritmo cardíaco. Neste caso, o estimulante, Lanoxin, quando combinado com o álcool passa a ter um poder calmante em vez de provocar os efeitos que o consumidor esperava. O mesmo se verifica com o Lexotan, que misturado com o álcool provoca um efeito estimulante em vez de calmante.
Concluiu-se, portanto, que estes calmantes e estimulantes não devem ser consumidos com álcool, pois este altera os efeitos que o consumidor prevê para o fármaco.